A incompreensão do luto de uma mãe
- fabianam72
- 27 de set. de 2024
- 11 min de leitura
Depois de 2 meses que perdemos o Luca, resolvi escrever novamente sobre o processo que estou passando. Não falarei dos detalhes do que aconteceu, pois não estou pronta. De qualquer forma, foi uma despedida cheia de amor, profissionais e pessoas incríveis ao nosso lado, parecendo, mais uma vez, que o Luca e a espiritualidade haviam organizado tudo da melhor forma possível para esta passagem ao plano espiritual e ao lado de Nossa Senhora Aparecida.
Como é perder um filho? O pior sentimento, sensação que já senti, e ouso a dizer, o pior sentimento que um ser humano pode sentir. Uma dor que desafia a lógica e o entendimento comum.
Conversando com a psicóloga especialista em luto que nos seguiu ao nosso lado em todo esse processo e, literalmente, até no momento da morte do Luca, é desumano viver isso. Somos sobreviventes de algo muito difícil e complexo de vivenciar, que é a perda de um bebê de 2 anos e 4 meses. Eu me despedi do Luca nos meus braços, eu senti na pele e fisicamente o momento que ele nos deixou. É uma experiência única, mas que não desejo para ninguém.
A psicóloga do meu marido comentou que ao pesquisar se existe uma nomenclatura específica para se referir a pais que perderam um filho, como existe para quem perdeu um marido ou esposa se usa: viúvo / viúva, para quem perdeu os pais: órfão/órfã, e para quem perdeu filho? Simplesmente não existe. O mais próximo disso, de todas as línguas existentes no mundo, que descobri é Vilomah em sânscrito:
"Vilomah: Este termo significa "contra a ordem natural" e é usado para pais que perderam um filho, refletindo o sentido de que essa perda vai contra o que seria o curso natural da vida, onde os filhos deveriam enterrar os pais e não o contrário.
Em outras línguas, não há uma palavra única amplamente usada ou específica para pais que perderam um filho. As expressões descritivas são mais comuns. Mesmo assim, o termo em sânscrito é interessante porque reconhece formalmente o impacto profundo e específico dessa perda.
Essa ausência de um termo único na maioria das línguas reflete como a perda de um filho é considerada uma das mais difíceis de se expressar, mesmo linguisticamente."
Isso justifica reações diversas do ser humano por ter que lidar contra a ordem natural da vida.
Na minha família, eu tenho exemplos muito marcantes de mães que perderam filhos antes de elas morrerem.
Me refiro às minhas duas avós em momentos diferentes da vida.
A minha avó materna perdeu meu tio que tinha 16 anos de acidente de moto e a consequência disso, foi entrar em depressão, sair do ar e querer morrer junto com o filho, mesmo tendo 2 outras filhas para cuidar (minha mãe e minha tia).
Minha avó paterna, aos 18 anos, perdeu gêmeas. Elas nasceram e morreram. Mais para frente, ela perdeu meu pai, que por ter sido alcoólatra e dependente químico por anos faleceu com 60 anos. Hoje minha avó tem 89 anos e no dia que ele faleceu, após eu contar para ela pessoalmente que meu pai tinha morrido, ela chorou e depois preparei um café da manhã para ela e me disse: "Nós ainda estamos vivos e temos que viver!"
Tenho 2 grandes exemplos na minha vida e não julgo as reações das minhas avós, pois cada pessoa é única e reage de modos diferentes psicologicamente.
Eu, graças a Deus, faço terapia há anos, e neste período do Luca tivemos apoio psicológico especializado para tentar passar por isso sem enlouquecer, eu diria! E sou muito grata por ter minha psicóloga Manoela e Chiara acompanhando cada passo que eu dou! Profissionais e pessoas extraordinárias que bancaram viver e me suportar nesses desafios.
Porém, vivendo essa experiência de luto da perda de um filho eu estou descobrindo que, por ser algo contra a natureza humana, as pessoas não sabem lidar com essa notícia, e muito menos acolher.
Algumas reagem fingindo que nada aconteceu e falando de coisas superficiais, o que para mim, recebo como um ignorar o meu filho e o meu momento. Outras contam histórias piores na tentativa de amenizar a dor (o que não funciona, só piora e me deixa mais triste ainda refletindo com o que acontece no mundo). Como a vida continua, os problemas da família continuam acontecendo e com isso, as pessoas focam nestes outros problemas que ainda podem ser resolvidos, e inconscientemente ignoram o nosso problema e nossos sentimentos de luto do nosso filho, que já aconteceu e que não tem solução, pois depois que a pessoa morre não tem mais o que fazer além de chorar e viver o luto.
Uma outra questão é que como a nossa família não viveu presencialmente essa história junto conosco, pois passamos por isso eu, Luca e meu marido sozinhos em um outro país, as pessoas simplesmente não entendem e parece uma história contada, o que para mim, é como se invalidasse tudo que vivemos e lutamos intensamente com o Luca. O que deixa as coisas mais confusas ainda!
Portanto não existe acolhimento nenhum quando se perde um filho. Pois as pessoas sabem lidar menos ainda que os próprios pais com essa situação. O que na minha opinião é uma descoberta extremamente chocante.
Ao tentar compreender melhor esse momento e o conjunto de sentimentos e reações aparentemente desconexas, conversei com a psicóloga Chiara Tosini. Ela explicou que, por se tratar de algo que vai contra a ordem natural da vida, o cérebro humano tem grande dificuldade em processar a perda de um filho. Esse evento é tão antinatural para a nossa biologia e psicologia que o cérebro se divide em duas partes: uma que aceita a realidade e outra que tenta nos proteger, fazendo parecer que a situação não é real. Essa divisão ocorre porque, de acordo com o funcionamento cerebral, a perda de um filho não se encaixa na nossa programação instintiva.
Segundo estudos neuropsicológicos (Teoria dos Mecanismos de Defesa: Originada por Freud; Neurobiologia do Luto: neuroimagem, Harris et al. (2014):, o cérebro humano evoluiu para lidar com perdas dentro de uma ordem previsível, como a morte dos pais ou dos mais velhos. Quando a ordem é rompida, o sistema de defesa do cérebro entra em ação, tentando negar ou evitar o confronto direto com a realidade. Isso ativa mecanismos automáticos de autoproteção, como a negação ou a sensação de irrealidade, para evitar o impacto emocional imediato de uma situação tão devastadora. Em termos evolutivos, é como se o cérebro criasse uma barreira temporária para reduzir o choque emocional e proteger a integridade psicológica da pessoa. Por isso, muitas vezes, as pessoas próximas podem parecer ignorar ou não saber como reagir, uma vez que o próprio cérebro luta para compreender e enfrentar a complexidade desse tipo de perda.
E para concluir essas minhas reflexões sobre o meu processo de luto e a visão que eu prefiro ter é exatamente a deste texto da psicóloga Chiara Tosini:
"As pessoas que nos amam adoecem e nos deixam.
As pessoas que nós amamos continuarão a viver sempre em nossos corações.
Isso não é uma esperança, é uma verdade
que nos ajuda no momento em que estamos oferecendo cuidado, atenção, amor e presença.
É isso que devemos transmitir:
Hoje você está aqui assim, e está tudo bem assim.
Não pensemos no amanhã.
Aconteça o que acontecer amanhã, o que fizemos juntos continuará vivo em nossos corações,
no meu, no seu e no coração das pessoas ao redor.
Há uma expressão linda que uma pessoa usou uma vez comigo.
Ela me disse, quando minha esposa faleceu: 'Lembre-se de que ninguém poderá nos tirar todas as danças que tivemos juntos'.
Quando alguém se vai, quando alguém morre, e talvez tenhamos conseguido estar verdadeiramente ao lado dela,
lembremo-nos de tudo o que ninguém jamais poderá nos tirar: o sofrimento vivido juntos, o esforço vivido juntos, que dá lugar à paz, dá lugar à lembrança e ao amor que muda de forma.
Ele se torna uma presença diferente.
O esforço se transforma em paz.
O amor que vivi segurando uma mão se torna uma presença silenciosa no meu coração, na minha alma, atrás de mim, na minha mente, onde eu quiser que esteja.Isso é fundamental, porque nos permite dar valor a cada minuto passado, até mesmo no sofrimento."
Dott.ssa Chiara Tosini - Psicologa Clinica
Luca, te amo para sempre, meu filho!

VERSIONE IN ITALIANO:
L'incomprensione del lutto di una madre
Dopo 2 mesi dalla perdita di Luca, ho deciso di scrivere di nuovo sul processo che sto attraversando. Non parlerò dei dettagli di ciò che è successo, poiché non sono pronta. In ogni caso, è stata una despedida piena d'amore, con professionisti e persone incredibili al nostro fianco, che sembrava, ancora una volta, che Luca e la spiritualità avessero organizzato tutto nel migliore dei modi per questo passaggio al piano spirituale e al fianco di Nostra Signora Aparecida.
Com'è perdere un figlio? È il peggior sentimento, la peggior sensazione che abbia mai provato, e oserei dire, il peggior sentimento che un essere umano possa provare. Un dolore che sfida la logica e la comprensione comune.
Parlando con la psicologa specializzata nel lutto che ci ha accompagnato durante tutto questo processo, e letteralmente fino al momento della morte di Luca, è disumano vivere tutto questo. Siamo sopravvissuti a qualcosa di molto difficile e complesso da vivere, che è la perdita di un bambino di 2 anni e 4 mesi. Ho salutato Luca tra le mie braccia, ho sentito sulla mia pelle e fisicamente il momento in cui ci ha lasciati. È un'esperienza unica, ma che non desidero a nessuno.
La psicologa di mio marito ha commentato che, nel cercare se esiste una nomenclatura specifica per riferirsi ai genitori che hanno perso un figlio, come esiste per chi ha perso un marito o una moglie, si usa: vedovo / vedova, per chi ha perso i genitori: orfano / orfana, e per chi ha perso un figlio? Semplicemente non esiste. Il più vicino a questo, in tutte le lingue del mondo, che ho scoperto è "Vilomah" in sanscrito:
"Vilomah: Questo termine significa 'contro l'ordine naturale' ed è usato per i genitori che hanno perso un figlio, riflettendo il senso che questa perdita va contro quello che sarebbe il corso naturale della vita, dove i figli dovrebbero seppellire i genitori e non il contrario."
In altre lingue, non c'è una parola unica ampiamente usata o specifica per i genitori che hanno perso un figlio. Le espressioni descrittive sono più comuni. Tuttavia, il termine in sanscrito è interessante perché riconosce formalmente l'impatto profondo e specifico di questa perdita.
Questa assenza di un termine unico nella maggior parte delle lingue riflette come la perdita di un figlio sia considerata una delle più difficili da esprimere, anche linguisticamente.
Questo giustifica le diverse reazioni degli esseri umani che devono affrontare qualcosa che va contro l'ordine naturale della vita.
Nella mia famiglia, ho esempi molto significativi di madri che hanno perso figli prima di morire.
Mi riferisco alle mie due nonne in momenti diversi della vita.
Mia nonna materna ha perso mio zio, che aveva 16 anni, in un incidente motociclistico, e la conseguenza è stata quella di cadere in depressione, allontanarsi e voler morire insieme al figlio, anche avendo altre due figlie da accudire (mia madre e mia zia).
Mia nonna paterna, a 18 anni, ha perso due gemelle. Sono nate e sono morte. Più avanti, ha perso mio padre, che, essendo stato alcolista e tossicodipendente per anni, è morto a 60 anni. Oggi mia nonna ha 89 anni e il giorno in cui è morto, dopo che le ho raccontato di persona che mio padre era morto, ha pianto e poi, quando le ho preparato una colazione, mi ha detto: "Noi siamo ancora vivi e dobbiamo vivere!"
Ho due grandi esempi nella mia vita e non giudico le reazioni delle mie nonne, poiché ogni persona è unica e reagisce in modi diversi psicologicamente.
Io, grazie a Dio, faccio terapia da anni, e in questo periodo con Luca abbiamo avuto un supporto psicologico specializzato per cercare di affrontare tutto questo senza impazzire, oserei dire! E sono molto grata di avere la mia psicologa Manoela e Chiara che seguono ogni passo che faccio! Professionisti e persone straordinarie che hanno avuto il coraggio di vivere e di supportarmi in queste sfide.
Tuttavia, vivendo questa esperienza di lutto per la perdita di un figlio, sto scoprendo che, essendo qualcosa contro la natura umana, le persone non sanno come affrontare questa notizia, e tantomeno accogliere.
Alcuni reagiscono fingendo che non sia successo nulla e parlando di cose superficiali, il che per me sembra un ignorare mio figlio e il mio momento. Altri raccontano storie peggiori nel tentativo di alleviare il dolore (il che non funziona, anzi, peggiora e mi rende ancora più triste riflettendo su ciò che accade nel mondo). Poiché la vita continua, i problemi familiari continuano a verificarsi e con ciò le persone si concentrano su questi altri problemi che possono ancora essere risolti, e inconsapevolmente ignorano il nostro problema e i nostri sentimenti di lutto per nostro figlio, che è già accaduto e per il quale non c'è soluzione, poiché dopo che una persona muore non c'è più nulla da fare oltre a piangere e vivere il lutto.
Un'altra questione è che poiché la nostra famiglia non ha vissuto questa storia insieme a noi, poiché abbiamo affrontato tutto questo io, Luca e mio marito da soli in un altro paese, le persone semplicemente non capiscono e sembra una storia raccontata, il che per me è come se invalidasse tutto ciò che abbiamo vissuto e lottato intensamente con Luca. Questo rende le cose ancora più confuse!
Pertanto, non c'è alcun accoglimento quando si perde un figlio. Poiché le persone sanno gestire ancor meno di quanto facciano i genitori con questa situazione. Quello che, secondo me, è una scoperta estremamente scioccante.
Cercando di comprendere meglio questo momento e il complesso di sentimenti e reazioni apparentemente disconnesse, ho parlato con la psicologa Chiara Tosini. Ha spiegato che, trattandosi di qualcosa che va contro l'ordine naturale della vita, il cervello umano ha grandi difficoltà a elaborare la perdita di un figlio. Questo evento è così innaturale per la nostra biologia e psicologia che il cervello si divide in due parti: una che accetta la realtà e un'altra che cerca di proteggerci, facendoci sembrare che la situazione non sia reale. Questa divisione si verifica perché, secondo il funzionamento cerebrale, la perdita di un figlio non si inserisce nella nostra programmazione istintiva.
Secondo studi neuropsicologici (Teoria dei Meccanismi di Difesa: originata da Freud; Neurobiologia del Lutto: neuroimmagine, Harris et al. (2014)), il cervello umano si è evoluto per affrontare le perdite all'interno di un ordine prevedibile, come la morte dei genitori o degli anziani. Quando quest'ordine viene interrotto, il sistema di difesa del cervello entra in azione, cercando di negare o evitare il confronto diretto con la realtà. Ciò attiva meccanismi automatici di autoprotezione, come la negazione o la sensazione di irrealtà, per evitare l'impatto emotivo immediato di una situazione così devastante. In termini evolutivi, è come se il cervello creasse una barriera temporanea per ridurre lo shock emotivo e proteggere l'integrità psicologica della persona. Per questo motivo, spesso le persone vicine possono sembrare ignorare o non sapere come reagire, poiché il cervello stesso fatica a comprendere e affrontare la complessità di questo tipo di perdita.
E per concludere queste mie riflessioni sul mio processo di lutto e la visione che preferisco avere è esattamente quella di questo testo della psicologa Chiara Tosini:
Lutto:
"le persone che ci amano si ammalano e ci lasciano
le persone che noi amiamo
continueranno a vivere nel nostro cuore sempre
questa non è una Speranza è una verità
che ci aiuta nel momento in cui stiamo portando cura
attenzione e amore
e presenza questo è quello che noi dobbiamo trasmettere
oggi ci 6 così
e VA bene così
non pensiamo a domani
qualunque cosa succeda domani
quello che abbiamo fatto insieme
continuerà ad essere vivo
nostri cuori nel mio
nel tuo e nel cuore delle persone di fianco
c'è un'espressione bellissima
che ha usato una Volta una persona con me
e mi ha detto quando Mia moglie è mancata
gli ho detto ricordati che nessuno potrà
portarci via tutti i balli che abbiamo fatto insieme
quando una persona manca quando una persona muore
ed e magari noi siamo riusciti a stare davvero di fianco
ricordiamoci di tutto
quello che nessuno ci porterà mai via
la sofferenza vissuta insieme
la fatica vissuta insieme lascia spazio alla pace
lascia spazio al ricordo
e all'amore che cambia forma
diventa una presenza diversa
la fatica diventa pace
l'amore che Io ho vissuto stringendo una mano
diventa una presenza silenziosa nel mio cuore
nella Mia anima dietro di me
nella Mia mente
dove voglio che stia
questo è fondamentale perché ci consente di dare valore
ad ogni minuto passato anche nella sofferenza"








“viver o presente” o que mais me chama atenção: o que vivemos junto de quem amamos, nunca poderá ser tirado de nós!! Como mãe sempre me pergunto, será que faço o suficiente a minha filha ? Sou bem sincera, as vezes (muitas vezes) me sinto tão ausente, acabo que fazendo outras coisas para ela para “ compensar” a falta da minha presença! Um simples gesto como sentar e ler um livro, eu penso, mas não faço. E pq não faço ??? Sinceramente não sei . Sinto mas não faço nada para mudar! Ler o seu relato apenas cresce meu carinho e admiração por vc e sua família! Ouso a dizer que eu por maus forte que me sinta, eu jama…